segunda-feira, 24 de junho de 2013


Sou mãe de uma menina de 14 anos que nasceu com um problema de luxação da anca congénita. Logo a nascença quando a pediatra fez o teste das pernas detetou logo a luxação.

Fomos logo para o Hospital Pediátrico de Coimbra onde começou por fazer os exames todos, para que o médico pudesse confirmar que tinha luxação. A partir daí começamos logo com os tratamentos.  

Nesta imagem podemos ver o que como é uma luxação da anca.
 

Após ser diagnosticado a luxação da anca começam logo a fazer os tratamentos com talas, como esta imagem mostra. Este tratamento era seguido pelo Hospital Pediátrico de Coimbra, onde tínhamos de nos deslocar regularmente.



Com este tratamento uma criança pode andar um mês com as talas, e melhorar, mas se os médicos, virei que não está a dar resultado, passam para um outro tratamento, onde colocam a criança com um arco durante 3 semanas.

No caso da minha filha, ela teve de passar por estes tratamentos e ainda andou mais uma semana com o arco para fazer o tratamento de tração cruzada, ou seja, colocam um peso na perna que tem a luxação.

Se ao fim destes tratamentos todos não se obtiverem resultados então os médicos decidem passar por uma operação longa e dolorosa que pode ir até 12 horas. Depois da operação a criança fica 2 meses sem pode andar, nem mexer as pernas, pois estas têm gesso.



Infelizmente há casos em que a primeira operação não resulta e têm que voltar outra vez a operá-la. No meu caso em concreto, a minha filha já foi operada 3 vez e agora já anda um pouco melhor mesmo tento que usar uma palminha para combater a diferença que é mínima. Continuamos nas consultas e talvez ainda tenha que ser operada outra vez, tudo depende dos tratamentos que ainda anda a fazer.

Eu como mãe, passei por estes passos todos e digo a todas as mães que têm que ter muita força, porque nenhuma luxação é igual.

Os dados estatísticos apontam que as meninas são 9 vezes mais atingidas do que os meninos e que em aproximadamente 60% dos casos são os primeiros filhos.


A luxação congénita da anca é uma malformação bastante frequente que, caso seja detetada prematuramente, pode ser eficazmente solucionada através de um simples tratamento ortopédico, o qual previne o aparecimento de problemas secundários.

Causas

A anca corresponde à articulação coxofemoral, na qual a cabeça do fémur, de forma esférica, encaixa na cavidade cotiloide do osso ilíaco. Existem vários elementos, como a cápsula articular, alguns ligamentos e particularmente uma orla óssea que rodeia a cavidade, o debrum cotiloide, que sustentam a articulação e que, em condições normais, evitam que os segmentos ósseos percam a sua união, impedindo que a cabeça do fémur se desloque para cima.

A luxação congénita da anca é provocada, precisamente, por uma anomalia nesses elementos de sustentação, já que a sua insuficiência provoca o deslocamento da cabeça do fémur para uma posição mais ou menos afastada da cavidade cotiloide.

A doença pode ser originada por vários fatores, visto que é possível que o feto não tenha espaço suficiente para se mover livremente no interior do útero, devido à presença de uma escassa quantidade de líquido amniótico, que o desenvolvimento embrionário seja perturbado por algum problema que prejudique a formação dos elementos que compõem a anca ou que a cápsula e os ligamentos da articulação se apresentem excessivamente deteriorados.

Embora a causa destes fatores ainda seja desconhecida, em alguns casos é percetível a presença de um componente hereditário no desenvolvimento do problema, tendo em conta que a sua incidência é muito mais elevada em algumas famílias do que na população em geral. Para além disso, a luxação pode ser provocada por eventuais problemas consequentes do trabalho de parto, nomeadamente do parto de apresentação pélvica, ou seja, caso o bebé nasça de nádegas.

 
Consequências

Em alguns casos, o bebé já se encontra, no momento do nascimento, afetado por uma luxação da anca, que tanto pode ser provocada por uma subluxação, quando a cabeça do fémur se encontra ligeiramente unida à cavidade cotiloide, como por uma luxação completa, quando a cabeça do fémur se encontra totalmente separada da mesma. Contudo, a consequência mais comum é a existência de apenas uma malformação característica, nomeadamente um alisamento da cavidade e um insuficiente desenvolvimento do debrum cotiloide, que apenas permite a deslocação da cabeça do fémur para cima, quando o bebé começa a andar.

Em qualquer dos casos, o defeito é muito mais evidente quando o bebé se levanta e caminha, na medida em que o peso do corpo sobre a anca favorece a deslocação da cabeça do fémur. Este deslocamento pode ser mais ou menos acentuado, conforme o caso, e por vezes apenas para quando algum elemento anatómico (por exemplo, um desnível do osso ilíaco) impede o seu desenvolvimento. A cabeça do fémur penetra na superfície do osso ilíaco, de modo a proporcionar uma união definitiva e para que os elementos anatómicos vizinhos, como os músculos, tendões e vasos sanguíneos, se adaptem a esta situação atípica, o que torna o defeito permanente.

Os sinais e sintomas dependem do momento da evolução. Ao longo dos primeiros meses de vida, a malformação torna-se evidente quando o médico realiza determinadas manobras com vista a detetá-la, embora por vezes seja percetível uma tumefação da zona devido à união anómala da cabeça do fémur ou ao observar que o bebé sofre de dores quando move as pernas para se vestir ou calçar. Em muitos casos, o problema pode ser detetado devido a um atraso do bebé em começar a caminhar, visto que não costuma começar a andar antes dos 18 meses, em caso de luxação unilateral, ou mesmo antes dos 2 anos de vida, quando é bilateral, o que provoca o desenvolvimento de várias alterações mecânicas. Caso a luxação seja unilateral, o membro afetado fica um pouco mais curto do que o outro, o que obriga o bebé a coxear e, caso seja bilateral, o bebé apresenta coxas mais curtas do que o normal, o que obriga a criança a realizar movimentos enérgicos com os ombros, braços e tronco para compensar o defeito articular nas ancas.

Caso não sejam devidamente tratados, os problemas acima citados aumentam de intensidade com o decorrer do tempo, manifestando-se através de dor na zona das coxas e nádegas. Embora, inicialmente, a dor apenas se manifeste quando o bebé caminha ou permanece de pé durante um determinado período de tempo, à medida que vai evoluindo, vai-se tornando permanente, o que intensifica a dificuldade dos movimentos. Para além disso, a tentativa de compensar o defeito ao nível das ancas costuma proporcionar o desenvolvimento de outras malformações esqueléticas ou desvios laterais da coluna (escoliose), sobretudo quando o problema é unilateral, ou desvios dos membros inferiores, sobretudo quando é bilateral.

Diagnóstico precoce

O problema pode ser detetado durante os primeiros meses de vida, antes que qualquer malformação provoque problemas definitivos, através de manobras muito simples realizadas pelo pediatra nas consultas regulares. De facto, o exame à anca consiste na realização de determinadas manobras às pernas do bebé pelo médico, com o objetivo de aferir se evidenciam uma típica saliência quando a cabeça do fémur, deslocada da sua situação normal, entra bruscamente na cavidade articular. A realização de ecografias poderá confirmar o diagnóstico. Caso o problema não seja detetado ao longo dos primeiros meses, pode-se fazer o diagnóstico quando o bebé começa a caminhar, quando começa a fazê-lo muito tarde, ao coxear ou ao ter grandes dificuldades de locomoção. As ecografias esclarecerão a causa do problema.

Sintomas
Existem vários sinais e sintomas que sugerem a eventual existência de uma luxação congénita da anca e que necessitam de uma imediata consulta médica para diagnosticar a sua causa.

• O bebé sente algumas dores, quando se movem as suas pernas para o vestir ou calçar.• É percetível uma limitação dos movimentos das pernas, sobre- tudo ao tentar afastá-las do corpo.• É percetível uma saliência ou um estalo sempre que o bebé move a coxa.
• O bebé leva mais tempo do que o normal para começar a andar.
• É percetível uma diferença no comprimento das pernas.• Caso o bebé esteja de pé, pode ser mais ou menos percetível uma assimetria das nádegas.• O bebé, para além de coxear, apresenta uma forma de caminhar semelhante à de um pato.

sexta-feira, 14 de junho de 2013


Bom dia sejam bem vindos a este blogue!

Nele irei falar sobre luxação da anca congénita um caso que conheço muito bem por experiencia própria da minha filha.